terça-feira, 25 de maio de 2010

Poesia

O que pode ser mais atual do que isso?


Primeiro Exercício de Multidão

Há que continuarmos
cantando as alheias dores
apesar do cansaço, apesar de tudo,

Para que continue
nascendo a esperança,

que emerge tímida
na estreita haste das limitações humanas.

Pois se não cantarmos mais,
o homem comum
não a perceberá,

para poder repetí-la
de homem em homem comum,

até que possa chegar a todos
a palavra em feitura de multidão.

Porque a multidão sim,
é quem decide e modifica
a dor, que tantos sofrem
e que é causada por tão poucos

A dor assim,
fácil de ser por muitos derrubada.


Poesia de Joaquim Luís Duval

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